História
Análise - Monangamba - Antônio Jacinto
A poesia angolana no doloroso caminho da história
O poema Monangamba de Antônio Jacinto, foi um modo que o escritor e também político, desejou mostrar em forma de poesia, o quanto o povo africano sofreu nas mãos dos "brancos". O poema mesmo diz, que, entre as plantações de café, está o sangue e o sofrimento dos africanos, que eram submetidos à torturas, fome, falta de saúde, etc.
Desse modo, os brancos ganhavam dinheiro com o trabalho e recebiam o pior em troca.
No poema encontramos:
" O café vai ser torrado, pesado, torturado, vai ficar negro, negro da cor do contratado."
Assim, se faz uma analogia. O café e o sofrimento a que o negro era submetido.
Antônio Jacinto, descreveu a história angolana para mostrar todo o horror que ocorria, e com o objetivo de tentar mudar a política de seu país.
Monangamba
é o suor do meu rosto que rega as plantações:
Naquela roca grande tem café maduro
e aquele vermelho-cereja
são gotas do meu sangue feitas seiva.
O café vai ser torrado
pisado, torturado,
vai ficar negro, negro da cor do contratado.
Negro da cor do contratado!
Perguntem às aves que cantam,
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:
Quem se levanta cedo? Quem vai à tonga?
Quem traz pela estrada longa
a tipóia ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdém
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolares
"porrada se refilares"?
Quem?
Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer
Quem?
Quem dá dinheiro para o patrão comprar
maquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?
Quem faz o branco prosperar,
ter barriga grande - ter dinheiro?
Quem?
E as aves que cantam,
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:
"Monangambééé..."
Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras
Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído nas minhas bebedeiras
"Monangambééé..."
Aluna: Beatriz Helena, 9°C.
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